segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Karline Batista na Revista Samizdat





Com espírito revolucionário a revista digital Samizdat desde 2008 publica gratuitamente textos de autores lusófonos visando contornar as barreiras impostas pelo mercado literário. Inicialmente as samizdats surgiram como forma de burlar a censura soviética quando um grupo de autores decidiu copiar e distribuir clandestinamente livros e bens culturais.

O termo russo samizdat significa autopublicação e se refere a toda forma de literatura cuja publicação e distribuição é feita de forma independente e contrária às imposições do Estado ou de qualquer sistema autoritário. Desse modo obras como O Mestre e Margarida de Nabokov e Um dia na Vida de Ivan Denisovich de Solzhenitsyn circularam pelas ruas reproduzidas em papel químico, à mão ou à máquina em condições semelhantes a dos copistas da Idade Média.

Ciente das dificuldades enfrentadas pelos autores estreantes e da importância das revistas literárias para a descoberta de novos talentos é que Henry Alfred Bugalho formado em Filosofia pela UFPR e autor dos livros “Guia Nova York para Mãos-de-Vaca” e “O Canto do Peregrino”, promove e edita a revista Samizdat. Segundo Bugalho “A indústria cultural – e o mercado literário faz parte dela – também realiza um processo de exclusão, baseado no que se julga não ter valor de mercado. Inexplicavelmente, estabeleceu-se que contos, poemas, autores desconhecidos não podem ser comercializados, que não vale a pena investir neles, pois os gastos seriam maiores do que o lucro”. Convém mencionar que autores com Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Ralph Waldo Emerson, Henry David Thoreau, Edgar Allan Poe, Charles Dickens e James Joyce são alguns literatas que contaram com o apoio das revistas literárias em algum momento de suas carreiras.

Atualmente a revista conta com um grupo fixo de autores e recebe contribuições de outros escritores. São admitidas poesias, crônicas, microcontos ou textos teóricos que para serem publicados, passam primeiramente por uma seleção criteriosa a fim de manter a qualidade das publicações.

A edição de número 35 acaba de ser lançada e pode ser lida através do link http://www.revistasamizdat.com/2013/01/samizdat-35.html. Além do realismo cruel do argentino Robert Arlt, autor do livro “O criador de gorilas”, há contribuições de diversos autores, entre os quais, a da aracatiense Karline Batista, página 86, com o artigo “As Mulheres de Amado” cujo texto explora a representatividade feminina através da obra de Jorge Amado.


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