Com
espírito revolucionário a revista digital Samizdat desde 2008 publica gratuitamente textos
de autores lusófonos visando contornar as barreiras impostas pelo mercado
literário. Inicialmente as samizdats surgiram como forma de burlar a censura
soviética quando um grupo de autores decidiu copiar e distribuir
clandestinamente livros e bens culturais.
O termo
russo samizdat significa autopublicação e se refere a toda forma de literatura
cuja publicação e distribuição é feita de forma independente e contrária às
imposições do Estado ou de qualquer sistema autoritário. Desse modo obras como O Mestre e Margarida de Nabokov e Um dia na Vida de Ivan Denisovich de
Solzhenitsyn circularam pelas ruas reproduzidas em papel químico, à mão ou à
máquina em condições semelhantes a dos copistas da Idade Média.
Ciente
das dificuldades enfrentadas pelos autores estreantes e da importância das
revistas literárias para a descoberta de novos talentos é que Henry Alfred
Bugalho formado em Filosofia pela UFPR e autor dos livros “Guia Nova York para
Mãos-de-Vaca” e “O Canto do Peregrino”, promove e edita a revista Samizdat.
Segundo Bugalho “A indústria cultural – e o mercado literário faz parte dela –
também realiza um processo de exclusão, baseado no que se julga não ter valor
de mercado. Inexplicavelmente, estabeleceu-se que contos, poemas, autores
desconhecidos não podem ser comercializados, que não vale a pena investir neles,
pois os gastos seriam maiores do que o lucro”. Convém mencionar que autores com
Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Carlos Drummond de Andrade, Cecília
Meireles, Ralph Waldo Emerson, Henry David Thoreau, Edgar Allan Poe, Charles Dickens
e James Joyce são alguns literatas que contaram com o apoio das revistas
literárias em algum momento de suas carreiras.
Atualmente
a revista conta com um grupo fixo de autores e recebe contribuições de outros
escritores. São admitidas poesias, crônicas, microcontos ou textos teóricos que
para serem publicados, passam primeiramente por uma seleção criteriosa a fim de
manter a qualidade das publicações.
A edição
de número 35 acaba de ser lançada e pode ser lida através do link http://www.revistasamizdat.com/2013/01/samizdat-35.html.
Além do realismo cruel do argentino Robert Arlt, autor do livro “O criador de
gorilas”, há contribuições de diversos autores, entre os quais, a da aracatiense
Karline Batista, página 86, com o artigo “As Mulheres de Amado” cujo texto explora a
representatividade feminina através da obra de Jorge Amado.
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