Caderno de Poesias



Caderno de Poesias é uma sessão dedicada a poemas de autores de todos os tempos e lugares famosos ou não.Palavras que inspiram, que nos emocionam, que nos levam a uma realidade distinta da nossa, não através de narrativas, mas pela veia dos sentimentos daqueles que sabem expressar o espírito da sua geração sem perder a individualidade.

Folheie à vontade.


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Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!



Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!



“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!



E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”



Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade



Amar!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui…além…
Mais este e aquele, o outro e toda a gente….
Amar!Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!…
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… pra me encontrar…

Florbela Espanca - A mensageira das violetas



Indícios de paixão
Se meu olhar se perde te buscando nas estrelas no céu,
Se a distancia entre nossos corações é de fato, tão cruel,
Se meus olhos não se encontram nos olhos de outra pessoa,
E se por você e só por você, meu peito bate forte e ressoa,

Se me desespero quando chega à noite, intrépida e vagarosa,
Se sem ti as horas são eternas, inconseqüentes e dolorosas,
Se o som da sua voz revigora minha alma,
Se só contigo meu coração encontra a acalma,

Se as ruas da cidade parecem estar vazias, 
E meu corpo padece nas madrugadas estridentes e frias,
E se com contigo noites a fio tenho sonhado, 
São fortes indícios de que estou apaixonado.



Robson Rodrigues




Precipitação






Quando o amor desabita a alma 
É sinal que o coração não mais tem função.
 De que me valeria a sorte 
ou a desventura 
se na terra infértil do coração
 nada mais se precipita?


É pois o dia da ressurreição! 


O respeito à vida vale todo o significado da alma,
 e nada conseguirá mais mudar meu mundo do que meus sentimentos! 


Viverei



André Menezes